As bactérias intestinais revelaram ser acumuladores de drogas

As bactérias intestinais revelaram ser acumuladores de drogas
As bactérias intestinais revelaram ser acumuladores de drogas
Anonim

Alguns medicamentos podem durar muito tempo depois de você parar de tomá-los. Essas substâncias podem se acumular nas células da microflora intestinal e aí permanecer, sendo liberadas gradativamente. Esta conclusão foi alcançada por Kiran Patil e seus colegas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL), cujo artigo foi publicado na revista Nature.

Os médicos entendem que as bactérias intestinais podem interferir na eficácia da medicação. Via de regra, isso está associado à biotransformação - modificações químicas que os micróbios realizam, alterando a estrutura do fármaco. No entanto, um novo trabalho de biólogos europeus descobriu um mecanismo até então desconhecido de interação entre drogas e bactérias - bioacumulação.

Os cientistas fizeram experiências com 25 tipos de representantes típicos da microflora intestinal e 15 tipos de vários medicamentos. Descobriu-se que em mais da metade deles a interação não ocasionou alterações químicas nas preparações. Em vez disso, as substâncias simplesmente se acumularam nas "lojas" intracelulares.

Esse acúmulo pode levar a alterações no estado e no metabolismo dos micróbios intestinais, alterar o equilíbrio entre as diferentes espécies e cepas. Além disso, com a morte dessas células, algumas das drogas acumuladas podem ser absorvidas pelo intestino e entrar no corpo, causando efeitos terapêuticos (e colaterais) após a suspensão da droga. Os cientistas demonstraram isso em experimentos com a microflora de vermes Caenorhabditis elegans, que foram alimentados com o antidepressivo duloxetina.

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