A vida poderia ter sido transferida da Terra antiga para outros sistemas planetários

A vida poderia ter sido transferida da Terra antiga para outros sistemas planetários
A vida poderia ter sido transferida da Terra antiga para outros sistemas planetários
Anonim

Um casal de físicos da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, propôs um novo cenário para a difusão da vida no Universo.

Imagine: há milhões ou bilhões de anos, um cometa gigante passou pela Terra, “tocando” as camadas superiores da atmosfera do planeta, onde vivem colônias de microrganismos. Esses microrganismos poderiam então, escondendo-se da radiação cósmica nos poros da substância do cometa, atingir outro sistema planetário e dar origem a uma nova vida ali. A plausibilidade de tal cenário, chamado de "panspermia interestelar", está sendo explorada em um novo artigo pelos astrofísicos da Universidade Harvard Amir Siraj e Avi Loeb. Experimentos com pequenos foguetes na década de 1970 mostraram a presença de colônias de bactérias na alta atmosfera. De acordo com os cálculos de Siraj e Loeb, essas bactérias poderiam ser transferidas para outros sistemas planetários na superfície de um cometa que passasse.

No entanto, Stephen Kane, astrofísico da Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, é profundamente cético em relação ao cenário proposto por Sirazh e Loeb. Segundo ele, há vários "pontos fracos" nessa hipótese. Primeiro, os dados sobre a presença de micróbios na alta atmosfera da Terra não são confiáveis o suficiente, disse Kane. Além disso, poucos microorganismos são capazes de sobreviver no espaço, e a distância mais distante em que os astrônomos registraram casos de sobrevivência de bactérias é a distância da Terra a Marte. A capacidade das bactérias de sobreviver nos poros de um cometa em uma jornada para outro sistema planetário, localizado a uma distância de pelo menos alguns anos-luz de nós, parece muito duvidosa, diz Kane. Por fim, a possibilidade de microorganismos se "prenderem" na superfície de um cometa que passa também pode ser questionada, tendo em vista os poderosos efeitos aerodinâmicos que ocorrem quando um cometa entra na atmosfera, acredita o astrofísico.

Respondendo aos comentários de Kane, Loeb e Siraj não os contestam, mas sugerem olhar para eles como um campo para pesquisas futuras. Assim, os autores acreditam que trabalhos científicos futuros ajudarão a descobrir a presença ou ausência de micróbios na alta atmosfera, a avaliar a possibilidade de sua fixação em um cometa e a capacidade de sobreviver a uma longa viagem espacial.

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